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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Sinergia sindical na reciclagem de plásticos


Iniciativa conjunta de trabalhadores e empresas deverá contribuir de modo significativo para a ampliação do volume de plásticos reciclados no Brasil, bem como a melhoria da qualidade nesse processo. Trata-se da criação do Selo de Responsabilidade Socioambiental (Sersa), numa parceria da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Estado de São Paulo (Fequimfar) e do Sindicato da Indústria de Materiais Plásticos do Estado de São Paulo (Sindiplast).

O Brasil produz 150 mil toneladas de lixo por dia, totalizando 43 milhões anuais. Do total do material recolhido para reciclagem, o plástico representa 7% em peso,  o que evidencia a importância do aumento da quantidade e do estabelecimento de padrões técnicos para a recuperação do material. O processo proporciona economia de 70% de energia em relação à produção do plástico virgem, considerando-se todo o ciclo, desde a matéria-prima primária (o petróleo), passando pelas resinas termoplásticas, até o produto final.

         Além do ganho econômico, há expressiva vantagem no tocante ao meio ambiente e ao risco de aquecimento da Terra, com a redução do gasto de energia, consequente diminuição do volume de gases de efeito estufa na atmosfera e, sobretudo, se evitando a permanência, em lixões ou na própria natureza, dos produtos plásticos descartados. Assim, a reciclagem potencializa o resultado das empresas, pode ter impacto na redução dos preços aos consumidores e diminui a poluição.

         O plástico reciclado tem aplicações nos mercados tradicionais de resinas virgens e também pode destinar-se à produção de garrafas e frascos não utilizados para embalar alimentos e remédios, baldes, cabides, pentes, cerdas, vassouras, escovas, sacolas e paineis para a construção civil. O Brasil já é o campeão mundial na reciclagem das garrafas PET, cujo reaproveitamento  ultrapassa a 50%. No que diz respeito aos demais plásticos, o índice médio está abaixo de 30%. O potencial de evolução, portanto, é imenso.

         A criação do Selo de Responsabilidade Sociambiental por representações sindicais dos trabalhadores e das empresas estabelece sinergia no âmbito dessa meta de expansão, atendendo à necessidade de se promover o aperfeiçoamento da reciclagem de materiais plásticos. Trata-se, a rigor, de um processo de certificação com critérios adequados, imprescindível ao desenvolvimento de toda essa cadeia produtiva, com benefícios para a sociedade.

         Não só no setor de plásticos, como em todos os que atuam com materiais passíveis de reciclagem, esse processo inclui-se, necessariamente, nas ações voltadas à reversão das mudanças climáticas e ao fomento da sustentabilidade. À medida que aumenta o consumo de produtos industrializados e a concentração urbana (84,35% dos brasileiros já vivem nas cidades/Censo 2010), mais será imprescindível o reaproveitamento de embalagens e compostos não-orgânicos.

         No Brasil, há 564 empresas de recuperação de material plástico, que mantêm 6,4 mil empregos diretos. Do total, 26,9% localizam-se no Estado de São Paulo. Em todo o País, são recicladas, anualmente, 962 mil toneladas de plástico, sendo 39% relativos à indústria (375,16 mil toneladas) e 61%, ao pós-consumo (586.82 mil toneladas, sendo 231 mil referentes a PET). Uma das dificuldades para se ampliar esses números é o fato de que apenas 7% dos municípios têm programas de coleta seletiva, que atendem somente a 14% da população brasileira. Assim, é preciso multiplicar iniciativas destinadas a estimular a reciclagem, como o Selo de Responsabilidade Socioambiental do Sindiplast e da Fequimfar.



Por Ricardo Max Jacob ,  presidente do Conselho de Administração do Sindiplast.

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