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sexta-feira, 26 de novembro de 2010

2010: recorde de consumo e importações de aço, mas sobra capacidade na indústria nacional


O Brasil deve fechar 2010 com recorde de consumo aparente de produtos siderúrgicos, impactado fundamentalmente pelo aumento das importações. Segundo previsão do Instituto Aço Brasil (IABr), o consumo aparente deve ser de 26,8 milhões de toneladas este ano, 44% a mais do que em 2009 e 11% acima de 2008, período pré-crise. O acréscimo constatado em 2010 em relação aos dois anos anteriores deve-se às importações, que no ano em curso estão estimadas em 5,9 milhões de toneladas, crescimento de 154% na comparação com o ano passado e de 123% em relação a 2008. "No pós-crise, a América Latina passou a atrair volumes crescentes de exportações e isso foi percebido claramente no Brasil. O recorde de consumo infelizmente não significou recorde de produção de aço no País, mesmo com sobra de capacidade", afirmou o presidente do Conselho Diretor do IABr, André B. Gerdau Johannpeter.
Marco Polo de Mello Lopes, presidente executivo do Instituto Aço Brasil
 
O aumento das importações reflete em muito os efeitos do câmbio valorizado, da persistência de elevados excedentes de oferta no mercado internacional e da existência de incentivos estaduais à importação. Tais incentivos têm prejudicado o desenvolvimento da indústria e a geração de empregos no país e já tiveram sua constitucionalidade questionada junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) por órgãos representantes do empresariado e dos trabalhadores.

 
A produção brasileira de aço bruto está estimada pelo Instituto Aço Brasil, para 2010, em 33,1 milhões de toneladas, crescimento de 25% em relação ao ano passado. As vendas internas devem apresentar crescimento de 30,4% em relação a 2009, chegando a 21,3 milhões de toneladas. As exportações de produtos siderúrgicos no período devem totalizar 8,7 milhões de toneladas e 5,5 bilhões de dólares, representando aumento de apenas 1% de volume, quando comparado com 2009.

 
Frente às projeções macroeconômicas do País para 2011, o IABr estima o consumo aparente de produtos siderúrgicos em 28,3 milhões de toneladas no ano que vem, aumento de 6%. "Não conseguimos, porém, estimar números de comércio exterior, porque dependerá da evolução das condições de competitividade da indústria brasileira frente à concorrência desleal, custos tributários elevados e política câmbial. Entendemos que no mundo pós-crise, muito mais competitivo, torna-se ainda mais importante preservar o mercado interno e priorizar o crescimento sustentado", disse o presidente executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes.

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