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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

União de esforços para a conservação no RS

Ela já foi a maior floresta da região sul do Brasil e hoje sobrevive apenas em focos isolados de áreas protegidas, mantidas por particulares ou pelo poder público. A Floresta com Araucária, que compunha a paisagem original de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, agora conta com um esforço a mais para sua conservação: a integração dos esforços regionais que buscam a proteção da mata e da biodiversidade que ela abriga.

Uma parceria entre a Associação de Amigos do Meio Ambiente e a Reserva Particular de Proteção Natural Maragato, de Passo Fundo (RS), está promovendo a integração das unidades de conservação que abrigam remanescentes da Floresta com Araucária na região do planalto médio rio-grandense. O projeto, apoiado pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, tem promovido a troca de experiências de manejo entre gestores dessas áreas e também propicia a união de esforços para a proposição de políticas públicas adequadas à conservação da mata.

Responsável técnico pelo projeto, Rogério Bevegnú Guedes, cita o exemplo de uma das atividades realizadas para garantir essa integração. "Promovemos um seminário sobre reservas particulares que foi muito produtivo e contou com a presença de membros do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade e Conservação (ICMBio) de Brasília, além da participação de diversas ONGs, como a SOS Mata Atlântica. O encontro já motivou outros proprietários da região a transformarem partes de suas propriedades em reservas particulares de proteção natural" afirma Guedes.

Prestes a completar dois anos, o projeto, além de sensibilizar os proprietários de terra, já conseguiu mobilizar a sociedade quanto a necessidade de proteger os remanescentes da Floresta com Araucária na região. Parte desses esforços incluiu a promoção de mudanças significativas nas atitudes do próprio poder público.

Uma das vitórias do projeto foi conseguir proteger a área em que estão as nascentes do arroio que corta a Reserva Maragato. De acordo com Guedes, que além de estar a frente do projeto é gestor da reserva, o local onde nascem mais da metade das nascentes da área protegida estava em risco em virtude de um plano de expansão industrial. "A área pertence à prefeitura de Passo Fundo, que pretendia instalar um distrito industrial no local. Com esforço, conseguimos convencer o poder público a criar uma unidade de conservação na área. O projeto deve ser votado pelos vereadores entre março e abril" detalha.

Apesar de já ter conquistado ganhos significativos para conservação da natureza, o projeto agora entra em uma nova fase que prevê a realização de estudos de viabilidade para a criação de um corredor de biodiversidade. O próximo passo é fazer um diagnóstico de todas as áreas de floresta na região para estudar a possibilidade de interligá-las. Se for implantado com sucesso, o corredor irá facilitar o contato e a reprodução de animais nativos, que hoje ficam isolados em cada uma dessas unidades.

Para conferir o áudio desta matéria, clique aqui.

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