No encerramento do Ano Internacional da Floresta, realizado pela Organização das Nações Unidas em Nova York na semana passada, foi feita uma homenagem póstuma aos ambientalistas brasileiros José Cláudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo. O casal foi assassinado no Pará em maio de 2011 por sua luta pela preservação da floresta Amazônica. Na ocasião, foi exibido um vídeo sobre a história dos extrativistas e a irmã de Maria do Espírito Santo, Laíssa Santos Sampaio, recebeu uma medalha em nome do casal assassinado.
Eleito pela ONU como “Herói da Floresta”, o diretor do Greenpeace no Brasil, Paulo Adario, se manifestou preocupado com o crescimento da violência na região da floresta, com o aumento de casos de pessoas mortas por tentarem proteger o verde.
Ele próprio, que há 15 anos trabalha pela Amazônia, já foi ameaçado e precisou de proteção. Adario destaca que a violência se espalha principalmente por causa da impunidade que existe no interior da Amazônia. Para o ambientalista, a aprovação do novo Código Florestal pode piorar ainda mais a situação.
Não só os ativistas sofrem com a violência nas áreas que tentam preservar. Muitas vezes, as famílias também são vítimas de ameaça – como os parentes de José Cláudio e Maria do Espírito Santo, que tentam manter sua herança ambientalista.
A premiação póstuma oferecida pela ONU faz relembrar que, no Brasil, de tempos em tempos se somam mais vítimas à lista dos que morreram tentando preservar a natureza, como a irmã Dorothy Stang e Chico Mendes, casos de grande repercussão internacional. A repetição dessas histórias mostra que falta no país uma política que proteja o trabalho dessas pessoas e puna de verdade quem tenta calar as vozes da natureza.
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