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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Identificadas 170 novas espécies de insetos no AM

Mais de 170 novas espécies de insetos foram descobertas durante quatro expedições de coletas realizadas em regiões fronteiriças do Amazonas. Ao todo, foram coletadas 350 mil exemplares em regiões dos rios Nhamundá e Abacaxis – à margem esquerda e direita do Rio Amazonas, fronteira com o Pará, nos rios Padauari e Araçá, Alto Rio Negro – afluentes da margem esquerda do Rio Negro, áreas fronteiriças com a Venezuela e, por último, nos rios Liberdade e Gregório – fronteira com o Acre, no município de Ipixuna.

O levantamento foi feito no âmbito do Programa de Apoio a Núcleos de Excelência (Pronex), o qual conta com o apoio do Governo do Estado, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM). Denominado ‘Amazonas: diversidade de insetos ao longo de suas fronteiras’, o projeto foi realizado ao longo de quatro anos e teve por objetivo inventariar a diversidade de insetos nas áreas de fronteira com outros Estados e países vizinhos.

Conforme o cientista do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), José Albertino Rafael, dentre os 350 mil exemplares de insetos coletados, destaca-se o número significativo de novos espécimes jamais vistos no Amazonas e alguns até no Brasil, e centenas ainda a confirmar. “Os insetos estão sendo, paulatinamente, identificados e incorporados à Coleção de Invertebrados do Instituto, tornando-o o maior e melhor depositário da fauna de insetos do Estado. A Coleção foi a que mais cresceu no Brasil nos últimos anos. O aporte financeiro do Pronex, via FAPEAM, foi decisiva para a obtenção desse resultado”, pontuou.

Dentre as espécies catalogadas, em Syringogastridae, uma família de Diptera com apenas o gênero Syringogaster (um tipo de formiga), foi feito o primeiro registro para o Amazonas por meio de uma espécie nova descrita, com seu nome dado para homenagear a FAPEAM, (Syringogaster fapeam). Mais dois registros novos foram feitos para o Brasil (Syringogaster apiculata e Syringogaster tenuipes) e um registro novo para o Amazonas (Syringogaster atricalyx).

Durante a pesquisa, foram coletados e estudados vários insetos como: os besouros serradores (Coleoptera, Cerambycidae), as cigarrinhas (Hemiptera, Cicadellidae), os percevejos fitófagos (Hemiptera, Pentatomidae), as mutucas (Diptera, Tabanidae), os carapanãs (Diptera, Culicidae), os empidídeos (Diptera, Empididae), as borboletas (Lepidoptera), os neurópteros (Neuroptera), os louva-a-deus (Mantodea) e os zorápteros (Zoraptera).

Rafael relatou que os resultados da pesquisa são extremamente satisfatórios e que a experiência de trabalhar no interior do Amazonas é fascinante. Contudo, é preciso ter espírito aventureiro e gostar muito do que faz, por exemplo, coletar e estudar insetos. “As aventuras (viagens, insetos, naufrágios, doenças) passam a ser relatadas com a satisfação de ter contribuído, pelo menos um pouco, para o conhecimento da biodiversidade e o avanço da ciência”, pontuou.

Armadilhas diversas

De acordo com Rafael, o sucesso do projeto só foi possível devido à grande diversidade de métodos (armadilhas diferentes) utilizados e favorecidos pela mobilização de dezenas de especialistas (mestrandos e doutorandos) com o objetivo de desvendar a fauna de regiões fronteiriças do Amazonas, já que se estima que só se conheça cerca de 30% das espécies de insetos.

“Os insetos pertencem ao grupo de organismos mais diversificado na Terra e ainda são pouco conhecidos. A Amazônia, por ser uma área reconhecidamente com uma alta diversidade de espécies, concentra grande parcela de exemplares. Há a necessidade de pesquisas para que tenhamos a possibilidade de descobrir os novos organismos com os quais o homem convive na natureza”, pontuou.

Sobre o Pronex

Criado pela FAPEAM, em parceria com o CNPq, este programa consiste em apoiar com recursos financeiros grupos de alta competência que tenham liderança e papel nucleador no setor de atuação em ciência e tecnologia no Amazonas.

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