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sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Controle de plantas invasoras na Mata Atlântica

O Parque Estadual Turístico do Alto do Ribeira (PETAR) foi a unidade de conservação da Mata Atlântica escolhida em estudo que definiu métodos mecânicos efetivos de controle de uma espécie de planta exótica invasora – o lírio do brejo (Hedychium coronarium). Localizado no Vale do Ribeira (sul do Estado de São Paulo), trata-se de uma região com fragmentos extensos e de grande continuidade da mata, o que consiste em uma área de grande importância à conservação do bioma.

IMG_0129.JPGA pesquisa, realizada pela bióloga Luísa Almeida Maciel, mestre pelo programa de pós-graduação em Recursos Florestais da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ), foi desenvolvida em duas fases - remoção da espécie invasora seguida de acompanhamento da vegetação após a remoção do lírio do brejo. Nessa segunda etapa observou-se a recuperação da vegetação exótica após sua remoção, bem comoda vegetação nativa em resposta à remoção da planta alóctone (invasiva).

De acordo com Luísa, que é orientada pela professora Teresa Cristina Magro, do Departamento de Ciências Florestais (LCF) da ESALQ, a pesquisa ressalta a importânciade se investir em técnicas de manejo de exóticas invasoras. “Essa prática não é uma tarefa excessivamente custosa financeiramente e pode envolver ajuda de voluntários”, revela.

Sobre os benefícios, a pesquisadora comenta que os dados levantados proporcionarão metodologia básica para controle pontual da infestação da espécie, particularmente em regiões de mata atlântica semelhantes às de estudo. “O conhecimento atual sobre a resiliência da vegetação nativa em resposta à remoção dessa espécie invasora será enriquecido. Também obtivemos dados interessantes a respeito da relação entre luminosidade e crescimento de Hedychium coronarium, bem como sobre sua resiliênciaapós três tipos de remoção mecânica - arranquio, arranquio repetido e corte raso”, expõe.

O estudo obteve resultados satisfatórios de controle da espécie H. coronarium por meiode arranquio incluindo, principalmente, seus rizomas. Por outro lado, comenta a bióloga, “a vegetação nativa pode reagir negativamente no início, porém sua recuperação ao longo de alguns meses é significativamente maior comparada à situação em que se controla o lírio do brejo apenas como remoção de sua parte aérea, que são o caule e as folhas. O estudo também apurou que há uma estreita relação entre a quantidade ebiomassa de H. coronarium e a intensidade luminosa de um local”.

Segundo Luísa, apesar de apresentar bons resultados, o controle efetivo não consiste apenas na remoção da espécie exótica. Implica, ainda, em monitoramento frequente da área manejada, de maneira que seja evitado qualquer tipo de reinvasão do local, querpor lírio do brejo ou por outras espécies exóticas. “Técnicas de restauração da vegetação nativa podem incluir sombreamento a uma altura de aproximadamente 1,5mpara favorecer o crescimento de espécies de florestas fechadas, mais adaptadas à sombra em detrimento do lírio do brejo. Também é oportuno estudar outras maneiras de controle da invasora, como o controle biológico”, conclui.

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