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quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Ceará é o terceiro Estado do País em pontos de queimadas

Nos três primeiros dias do ano foram registrados 40 focos no Ceará. A situação preocupa Limoeiro

Limoeiro do Norte Porque está perto de chover, e seja para preparar o terreno para venda, para plantio ou dar fim ao lixo doméstico, as queimadas estão de volta à região jaguaribana. Entre 1º e 3 de janeiro foram registrados por um único satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), ao menos 40 focos de incêndio no Estado do Ceará. No mesmo intervalo em todo o Brasil foram registrados 573 focos. Com isso, o Estado só fica atrás do Maranhão, com 52 focos, e do Pará, com 90 pontos de queimadas.

Os proprietários de loteamentos de venda de terrenos, bem como populares, estão tocando fogo no mato seco, em carnaúbas, e a fumaça agride o meio ambiente e a saúde humana.

Crianças estão adoecendo e indo para hospitais por conta da fumaça. No Ceará praticamente não existe fiscalização e, menos ainda, punição para quem provoca queimadas.

A Autarquia de Meio Ambiente de Limoeiro reconhece que é necessária uma reeducação para evitar as queimadas. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Ceará é o terceiro Estado com maior foco com queimadas nos primeiros dias do ano.

O mato é seco; o chão, pedregoso, fazer a capinagem dá mais trabalho e ainda custa pagar bons pares de braços para fazer limpeza. A solução rápida e “barata”: atear fogo. E enquanto o mato seco estala nas chamas, o vento chega e leva a fumaça para onde quiser.

A imprudência de um proprietário de loteamento que mandou atear fogo no terreno causou a falta de ar da neta de dona Domingues Maria, do bairro Boa Fé, em Limoeiro do Norte. A criança de 3 anos tem alergia e ficou “sem ar de não respirar”, relata a avó. Como não existem órgãos fiscalizadores e, principalmente, punição para quem incendeia a mata, as queimadas são tradição entre novembro e fevereiro no Ceará, sempre chegando aos lugares antes da chuva. “É porque a gente precisa limpar, mas se souber fazer direito dá certo, não tem perigo de alastrar não”, diz o agricultor Jorge Damasceno. E a fumaça, seu Jorge, quem controla? “Aí realmente tem que ver, porque o vento leva pra onde quiser, não pode ser em dia de muito vento não”, respondeu. E não é só prejuízo à saúde de quem mora nas regiões de queimadas que o mal padece. No final de 2011, dois veículos chocaram-se na CE-138, no Município de Morada Nova. O motivo foi o fumaceiro que prejudicou a visibilidade dos motoristas.

Para “limpar terreno” à margem da estrada, o proprietário ateou fogo. Nove pessoas ficaram feridas no acidente, incluindo um bebe de dois meses e uma idosa de 89 anos.

Para Luiz Mendes, diretor da Autarquia Municipal de Meio Ambiente, em Limoeiro do Norte, as pessoas precisam ser alertadas sobre o perigo e o erro de queimar matagal. “Enfatizo a necessidade de uma reeducação. Na semana passada fizemos uma campanha de alerta porque estavam queimando às margens do Rio Jaguaribe. As pessoas não podem acender fogo inadvertidamente, têm que levar em consideração o vento, as pessoas que moram perto, e isso ainda é um mal à natureza”, afirma.

Punição

Entre saber o que é errado e fazer o certo existe uma certa distância que, para ambientalistas, é medida nas formas de punição. O ambientalista Tércio Vellardi reclama que, enquanto não houver punição, as pessoas vão continuar cometendo crimes contra a natureza e elas mesmas. Ele tem flagrado queimadas em áreas de mangues importantes para o ecossistema do litoral leste. O próprio Inpe reconhece que os dados servem de amostragem, mas representam apenas uma fração do real número de focos e acredita que os dados ficam mais consistentes quando comparados com anos anteriores. De todo modo, o mapa de queimadas chama a atenção para os Estados de Ceará e Maranhão, no Nordeste, Pará, no Norte, e Mato Grosso do Sul, no Centro Oeste do País.

Fonte: Diário do Nordeste

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