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quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Campanha recebe doação de cabelos para vítimas de escalpelamento

A prevenção ao escalpelamento, acidente que atinge crianças e mulheres nos rios do estado, tem sido preocupação constante de autoridades de saúde e da sociedade civil organizada. Uma das entidades que se dedica ao problema é a ONG Ribeirinhos Vítimas de Acidentes de Motor (Orvam), criada há quase um ano com o objetivo de dar assistência às vítimas do escalpelamento. Há um mês, no dia 3 de dezembro, a ONG lançou a campanha 'Minha vida por um fio', que visa estimular a doação de cabelos para a confecção de perucas para as vítimas. Segundo a presidente da organização, Maria Cristina de Jesus, a campanha é permanente e a entrega das perucas será feita em um evento anual, a ser realizado sempre no primeiro sábado de dezembro.

No próximo dia 20 de janeiro, a ONG comemora um ano de criação. De lá para cá, a doação de cabelos já resultou na confecção de 20 perucas, que foram entregues às meninas e mulheres que perderam o couro cabeludo em acidentes nas embarcações. De acordo com as informações da ONG, em 2011, oito acidentes com escalpelamento foram registrados no Pará. Os dois últimos ocorreram no final de dezembro: as crianças C.M.S., de 10 anos, de Portel e A.G.M., de 13, de Oeiras do Pará, estão internadas na Santa Casa. No Estado do Pará, segundo dados da Santa Casa, há registros de mais de 250 vítimas de escalpelamento, no período de 1982 a 2011, distribuídos na Mesorregião do Marajó, Região Metropolitana, Região Nordeste e Baixo Tocantins.

De acordo com Maria Cristina de Jesus, a doação de cabelos é uma forma de ajudar as crianças e mulheres, amenizando os traumas que o acidente causa. 'Na ONG temos 60 meninas e mulheres cadastradas para receber uma peruca. Por conta da perda dos cabelos, muitas das vítimas usam lenços, bonés ou até mesmo fraldas na cabeça. A doação dessas perucas significa muito para elas', afirma Maria. A recomendação para quem quiser doar é entregar pelo menos 15 centímetros de cabelo, pois facilita a confecção da peruca.

A presidente da ONG lembra que a entidade não possui convênio com nenhum salão de beleza. 'Infelizmente, há salões divulgando que possuem parcerias com a Orvam, mas não é verdade. Muitas pessoas acabam cortando os cabelos para doar, na maior boa vontade, mas esse cabelo nunca chega até nós', avisa. Outra preocupação da ONG é com a inserção das vítimas no mercado de trabalho. 'Nós fazemos cursos de confecção de perucas para as mulheres que já foram vítimas. Agora, o nosso objetivo é criar um salão de beleza da Orvam, criando oportunidade de trabalho para elas', enfatiza.

Os acidentes com escalpelamento ocorrem geralmente em barcos pequenos, quando o eixo do motor fica desprotegido. O cabelo solto, por descuido, pode prender no eixo do motor, causando a perda total ou parcial do couro cabeludo. De acordo com Maria de Jesus, a principal forma de prevenir o acidente é prender os cabelos. 'As meninas e mulheres que precisam utilizar este meio de transporte e que possuem cabelos compridos devem sempre prender bem os cabelos para evitar um possível acidente', recomenda. 
Via Portal ORM

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