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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Após Durban, atenções se voltam para o Rio

O encerramento da Conferência do Clima (COP-17) de Durban, na África do Sul, coloca em evidência os próximos encontros de meio ambiente da ONU. Da COP-17, veio o compromisso de elaborar, até 2015, as metas que passarão a vigorar em 2020, e terão que incluir todas as nações. Nos próximos anos, os países terão a missão de negociar um acordo climático capaz de enfrentar o aquecimento global. A COP-18 está marcada para o fim de 2012 no Qatar, mas, antes disso, o Rio de Janeiro receberá a próxima grande reunião ambiental, a Rio+20. Diante deste cenário, Sha Zukang, o secretário-geral da Rio+20 afirmou que a agenda carioca saiu de Durban fortalecida.

— Este é um bom presságio para a Rio+20. Com vontade política e determinação, podemos olhar para a frente e esperar um resultado equilibrado e significativo no Rio — previu Zukang, em Abu Dhabi.


A comissária da União Europeia para o Clima, Connie Hedegaard, escreveu em seu Twitter que o Rio será palco de intensas negociações. Segundo ela, a Rio+20 vai se concentrar no acesso à energia sustentável, mas também sediará a “próxima batalha climática”. O otimismo marca as expectativas da pesquisadora do Inpe Thelma Krug, representante do Brasil nas negociações relacionadas às florestas. Ela acredita que as conversas multilaterais convergirão para soluções econômicas de baixa emissão de gases-estufa.

Já o coordenador dos cursos de pós-graduação de gestão ambiental da Escola Politécnica da UFRJ, Haroldo Mattos de Lemos, não acredita que a Rio+20 se beneficiará.

— O fraco desempenho da COP-17 dificilmente vai favorecer a Rio+20 — disse Lemos. — Há um certo descrédito nas negociações internacionais.

O diretor-executivo do Pnuma, Achim Steiner, avaliou que Durban manteve a porta aberta para as conversas climáticas, mas destacou que é preciso basear as decisões na ciência, em vez da conveniência política. O alerta de Steiner é baseado nos últimos relatórios divulgados pelo Pnuma, que mostram o aumento das emissões.

De acordo com a subsecretária de Economia Verde do Rio de Janeiro, Suzana Kahn, é preciso tomar atitudes concretas que reduzam as emissões.

— Não não dá para ficarmos só na retórica — disse Suzana. — Temos que buscar outras saídas, no setor privado, com grupos menores de países, mas precisamos agir.

A especialista ressaltou o papel brasileiro nas negociações em Durban. Neste aspecto, teve papel fundamental o embaixador Luiz Figueiredo, assim como a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.

— Tivemos um papel de liderança quando ficou claro que todos deveriam estar nesse processo. Estávamos prontos para assumir um compromisso legalmente vinculante. O Brasil sacudiu o ambiente e fez o trabalho que sempre faz, de construção de uma ponte entre europeus, americanos e todos os participantes. Estamos muito felizes — afirmou Figueiredo.

O economista e assessor da prefeitura para a Rio+20 Sérgio Besserman destacou o fato do Brasil ter sido importante na hora de quebrar as resistências que impediam um acordo:

— O Brasil fez uma ponte entre os países ricos e os emergentes, tivemos um bom papel na conferência. Foi a sinalização brasileira de metas que destravou a resistência dos que não querem se mover.

Durban fez com que o país adotasse uma posição independente, segundo a análise de Eduardo Viola, professor de Relações Internacionais da UNB:

— Foi a primeira vez que o Brasil tomou uma distância de China e Índia, e isso é muito importante.

Via Globo Ciência.

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