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sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Abastecimento de água em Manaus cresceu apenas 1% em dez anos

Banhada pelo rio Negro, a capital do Amazonas enfrenta problemas de escassez de água. De norte a sul da cidade, moradores insatisfeitos reclamam do fornecimento ou da qualidade do líquido. Apesar de morar às margens do rio e próximo a uma estação de abastecimento da concessionária Águas do Amazonas, a dona de casa Meire Silva não possui abastecimento.

Para a aposentada Floriana Oliveira Brito, a falta de água, apesar de parecer deboche, escancara a realidade da cidade. Moradora do bairro São Raimundo, zona Oeste, Floriana conta com a caridade dos vizinhos. “A gente fica correndo de uma casa para outra para conseguir água para beber ou tomar banho”, afirmou.

Se não quiser incomodar os vizinhos, Floriana precisa permanecer acordada a madrugada inteira na esperança de que a água chegue à torneira. Às vezes, a aposentada não consegue água nem para fazer comida. Quando chove, ela aproveita todas as vasilhas de casa para armazenar o que consegue. Coincidência ou não, a aposentada mora na Rua das Cacimbas.

Parece que os vizinhos são o único escape para a população manauara. No bairro Nova Vitória, zona Leste, a dona de casa Francisca Rebelo também consegue água graças ao vizinho.

Desperdício
Enquanto muitos moradores da capital sofrem com a falta de água. Em outros pontos da cidade, pessoas desperdiçam. Consumo que ninguém paga. “Não sei porquê não pagamos. Quando eu vim morar aqui já era assim”, argumenta o morador Marcos Nascimento.

Na Favela Meu Bem meu Mau, na Compensa, zona Oeste, os comunitários não têm do que reclamar. “Aqui nunca faltou água, só quando fazem manutenção”, comentou a aposentada Maria Julia Silva.

Serviço

De acordo com o Instituto de Geografia e Estatística (IBGE), de 2000 a 2010, foram construídas 140 mil residências em Manaus, um aumento de 40%. Segundo o supervisor de dissimulação de informação do Instituto, Adjalma Nogueira, em 2000, o abastecimento de água da rede geral era de 74,4%. Após dez anos, esse número não passou de 75,4%, crescimento de apenas 1%. “A rede de abastecimento de água cresceu nos últimos dez anos somente o suficiente para atender o número de domicílios que também cresceu no mesmo período, mas aquelas demandas anteriores ao Senso continuam as mesmas. Se houve investimento não foi o suficiente para atender o total de domicílios”, afirmou o supervisor.



O diretor-técnico institucional da concessionária Águas do Amazonas, Arlindo Sales, contestou a afirmação do IBGE. “Quando chegamos aqui existia 1,6 quilômetros de redes de água. Hoje, temos 3,5 quilômetros. Quando chegamos, do total de 1,4 milhão habitantes de Manaus, apenas 1,1 tinha água. Hoje, Manaus tem 1,8 milhão. Desse universo 1,75 milhão tem abastecimento de água de boa qualidade em suas torneiras”, argumentou Sales.

A capacidade de produção e distribuição da empresa Águas do Amazonas é de nove mil litros de água por segundo. O número equivale a 1,5 milhão de caixas de água de 500 litros cheias, por dia. “Se analisarmos cidades da região Norte e boa parte da região nordeste, veremos que Manaus, em dez anos, reduziu a mortalidade infantil em 40%. É o menor índice das cidades da região norte. Quando passa uma rede de abastecimento com cloro em uma residência que só tinha água de poço contaminado de cacimba, é sinal de aquela família não vai mais adoecer”, completou Arlindo Sales.

Segundo o IBGE, 47 mil famílias não possuem abastecimento de água. As zonas mais problemáticas são a Norte e Leste.

Quebra de contrato

Na semana passada, o prefeito de Manaus, Amazonino Mendes, afirmou que estuda há seis meses, a possibilidade de quebrar o contrato com a empresa Águas do Amazonas. Solução que a Câmara Municipal se prontificou a analisar nesta semana.

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